Desenhar um logótipo é como ter um filho. Há que pensar que o precisamos educar da melhor maneira possível não vá ele, a determinada altura, querer aventurar-se sozinho por este mundo fora e perder a sua identidade. Queremos que mantenha todos os valores que lhe incutimos e que, caso regresse a casa, traga a sua integridade intacta!
Quando um cliente vem ter connosco e nos pede para criarmos um logótipo, quer seja para uma empresa, produto ou evento, cabe-nos procurar conhecer a fundo esse mesmo serviço ou produto, o próprio cliente e a sua forma de fazer negócio, os seus valores e os seus objetivos, assim como o seu posicionamento face ao mercado e o que pretende alcançar. Que diferença apresenta dentro do mercado face à concorrência, o que é que o distingue para que o possamos comunicar de forma clara e inequívoca.
Podemos fazer vários logótipos para o mesmo ramo de negócio, mas nenhum será igual ou semelhante a outro, porque cada um crescerá a partir de um conceito desenvolvido através das tais características diferenciadoras.
Ora, então, como é que podemos tentar garantir que esse filho, que muito embora seja do cliente possui também alguns dos nossos genes, não perca a sua identidade e se mantenha como uma referência junto aos consumidores?
Podemos, e devemos, elaborar um Manual de Normas Gráficas. Todos os logótipos devem fazer-se acompanhar deste documento, o qual deverá ser respeitado e criteriosamente cumprido pelo designer que o utilizar, quer seja dentro ou fora da empresa que o desenvolveu. É portanto fundamental, que o cliente compreenda a sua importância e o disponibilize em conjunto com o logótipo sempre que seja necessária a sua utilização por parte de outra pessoa que não o designer que o criou.
No Manual de Normas Gráficas, devemos apresentar o logótipo e especificar como é que deverá ser utilizado. Normalmente, os manuais mostram formas erradas de aplicar a imagem, mas existe uma tão grande infinidade de variações que nos parece ser mais útil indicar as formas corretas de o fazer, eliminando logo à partida todas as que saírem das propostas no documento. No entanto, dado que as empresas crescem, evoluem, dinamizam eventos, criam produtos e promovem serviços novos, precisando constantemente de novo material publicitário, pode surgir uma situação que não terá sido pensada no manual de normas. Quando assim for, procurando manter a coerência gráfica e não deixar situações em aberto, devemos atualizar o manual com mais essa especificação.
Dado que praticamente todas as empresas possuem um website e quase sempre o espaço onde o logótipo se insere tem uma orientação horizontal, é fundamental termos pelo menos duas variações do logo, uma com enquadramento horizontal que possa ser utilizado no website, por exemplo, e outra vertical ou quadrada. Embora devamos definir a que consideramos ser a principal, podemos optar pela que melhor se enquadra ao suporte em que vamos trabalhar.
Para todas as variações é necessário que se definam as dimensões mínimas de reprodução, ou seja, evitar que o logo seja impresso numa dimensão tão pequena que não permita a sua legibilidade, especialmente quando existe uma tagline cujas letras costumam ser já de dimensão reduzida. Quanto menor for a qualidade de determinado sistema de impressão, mais cuidado devemos ter em não aproximar as dimensões das designadas como mínimas.
Temos ainda a área de defesa, que não é mais do que o espaço que define as margens de segurança em redor do logótipo, que o vai proteger de outros elementos gráficos e manter uma leitura eficaz. São as margens de segurança mínimas permitidas que devemos representar no manual.
Precisamos também definir as cores que compõem o nosso logo e indicá-las em diversos sistemas de cor, tais como, Pantone (impressão offset), CMYK (impressão offset e digital), RGB (ecrã), Hex (HTML) e Escala de Cinzas.
Importa ainda mostrar o comportamento do logótipo sobre as suas cores institucionais, sobre cores mais claras e mais escuras, sobre cores especiais, tais como dourado e prateado, assim como as variantes a positivo e negativo. Em determinadas situações vamos precisar de usar o logo a uma só cor, como acontece, por exemplo, nos carimbos, ou quando temos de usá-lo sobre determinada cor ou fotografia sobre a qual a sua leitura poderá ficar comprometida e a solução passa por utilizar as opções a positivo ou negativo. Todas estas situações precisam estar previstas no manual, tendo sempre presente que o mais importante é proporcionar a boa legibilidade e fácil reconhecimento do logo.
Relativamente à tipografia, é comum o logótipo ser constituído pelo nome e por uma tagline, sendo que muitas vezes são dois tipos de letra diferentes e o primeiro poderá não funcionar bem em texto corrido por não permitir uma leitura adequada, por ter um formato demasiado trabalhado tornando-se cansativo quando usado num bloco de texto, ou por possuir caracteres limitados. Então, se enquanto no título só precisamos dos caracteres que o compõem não precisando de nos preocuparmos com os restantes, devemos escolher para a tagline uma fonte cuja família seja o mais completa possível e que para além de incluir no mínimo os estilos regular, bold e italic, tenha também caracteres acentuados, sinais de pontuação, números, maiúsculas e minúsculas, permitindo-nos escrever sem limitações. Esta fonte, para além de ser usada na tagline, deverá também ser utilizada no corpo de texto do estacionário, em brochuras ou outras publicações onde se utilizem blocos de texto.
Convém ainda indicarmos as fontes que sejam o mais parecidas possível às que compõem o nosso logo e que se encontram disponíveis no Google Fonts, para que as possamos usar no website da empresa, funcionando assim perfeitamente em todos os computadores e plataformas online sem que a falta do tipo de letra altere o grafismo.
A tipografia deve ser apresentada no manual, indicando a que pertence ao logo e a que deverá ser utilizada no website. Caso o lettering usado na construção do nosso logótipo já se encontre no Google Fonts, não é preciso fazer essa distinção.
Estas são as diretrizes básicas e essenciais para elaborar um Manual de Normas Gráficas, que poderá ser mais completo ao incluir uma apresentação inicial sobre a empresa e a construção do logótipo, estacionário, sinalética, decoração de viaturas, anúncios institucionais ou promocionais, merchandising, etc., conforme sejam as necessidades de cada cliente e o quanto estará ele disposto a investir nas especificações do seu manual e da sua identidade. Se o logótipo da sua marca ainda não tem Manual de Normas Gráficas, esperamos ter dado o alerta para a sua importância e que tenha sido este o input que precisava para dar seguimento ao seu!
A Simple2Work é uma empresa de consultoria de sistemas, que fornece serviços personalizados, únicos e de forma simplificada aos seus clientes, permitindo aos mesmos simplificar processos e diminuir custos, ganhando tempo e dinheiro.
Percebendo que a imagem da marca era de certa forma complexa e estando perto de fazer 6 anos, a Filipa Ramos tomou a decisão de alterar o design do logótipo para que refletisse a essência da empresa.
Na Amarca, levamos muito a sério o design e o design de logótipos. Quando começamos um projeto de redesign, não queremos causar qualquer dano à marca e qualquer alteração de fundo tem de ser bem ponderada.
Os elementos que caracterizavam este logo eram o quadrado com a seta a indicar crescimento, o lettering Simple Work e a tagline. Era assim evidente, logo numa primeira análise e de comum acordo com a cliente, que seria fundamental simplificar a imagem, reduzindo a quantidade de elementos em conformidade com o conceito da Simple2Work: a simplificação.
Logo e devido ao nome extenso, optámos por eliminar o símbolo, caso contrário, correríamos o risco de manter o problema que nos trouxe a este re-design.
Por se considerarem adequadas à marca, mantivemos as cores do logótipo antigo permitindo assim uma ligação ao grafismo anterior.
Os elementos elementos considerados relevantes no design/grafismo foram o i, o 2 e o k.
Em relação à forma, a ligação entre o i e o m simboliza a humanização e a simplificação do sistema de trabalho da empresa. Mais do que melhorar os processos em si, a Simple2Work procura melhorar o relacionamento das pessoas com estes.
A utilização do 2, tem como objetivo não só demonstrar o cuidado na proteção dos interesses do cliente, como também a procura do equilíbrio na comunicação e entendimento entre a Simple2Work e o seu cliente.
Ainda por ser fundamental crescer em conjunto com os seus clientes, esta simbologia não poderia deixar de estar presente na imagem e encontra-se representada através da aplicação da cor, em gradiente, na ponta da letra K, demonstrando assim as noções de evolução e de desenvolvimento.
Como resultado, e à imagem da sua equipa, temos uma marca jovem, robusta mas minimalista, como os processos que a Simple2Work visa implementar nas empresas dos seus clientes. Uma marca que humaniza os métodos de gestão nas empresas com quem colabora. Uma marca criteriosamente desenvolvida que demonstra o carácter da marca e a sua solidez no mercado.
E vocês o que acham do resultado do novo logótipo Simple2Work?
No recomeço do Programa Coach Convida, tive a oportunidade de participar e partilhar um pouco daquele que tem sido o meu percurso profissional assim como a experiência que fui adquirindo ainda antes de começar a Amarca.
Do outro lado encontramos o Hélder Gonçalves também ele a começar uma nova aventura com a Coaching 5 a sua marca de Coaching Empresarial, poderão saber um pouco mais www.coaching5.pt.
Um direto no Facebook onde nos divertimos imenso, falamos um pouco de nós, de marcas e de marketing, curiosos? Vejam o direto abaixo.
Acompanharam em direto? Ou foram agora? Deixem nos comentários o que acharam?
44º Programa Coach ConVidaRegressando hoje ao programa Coach ConVida, após as férias, vamos conhecer melhor a Patrícia Cardoso - Sócia Gerente da Amarca.
Publicado por Helder Gonçalves - Coaching 5 em Quinta-feira, 2 de setembro de 2021
O projeto 'Plano de Comunicação da Campanha de Água da Inframoura' foi idealizado em conjunto pelo Colégio Internacional de Vilamoura e pela Inframoura. Duas entidades, conhecidas por unirem esforços com o objetivo de aumentar os níveis de consciência ambiental da população em geral.
Numa primeira fase, o CIV promoveu junto dos alunos ações de sensibilização desmontando mitos e ideias preconcebidas sobre o consumo da água da torneira, assim como da sua correta utilização, educando e sensibilizando a comunidade escolar para uma das maiores problemáticas ambientais: a escassez dos recursos de água. Expressando o que aprenderam, algumas turmas desenvolveram bandas desenhadas sobre o tema.
Numa segunda fase, em colaboração com a Inframoura, estas histórias foram reproduzidas e distribuídas por aproximadamente 13.000 consumidores locais, durante o período de um ano.
O papel da Amarca neste projeto, surge no sentido de viabilizar esta comunicação através de:
Agradecemos à Inframoura e ao CIV a oportunidade de participar neste projeto, aproveitando ainda para enaltecer o esforço destas duas entidades, que fazem a diferença no educar e sensibilizar de pequenos e graúdos para as questões ambientais, e assim ajudar a criar uma comunidade em geral mais consciente.
Nós acreditamos que projetos como este ajudam a criar melhores adultos no amanhã. E o nosso leitor de hoje, tem ideias para contribuir nesse melhor crescer?
Sculptors - Fitness & Wellness é um ginásio com vinte e um anos de existência especializado na procura de soluções desportivas personalizadas, sob a direção de Nuno Santos, que atuando sob o lema “O MEU UNIVERSO ÉS TU” procura desenvolver a performance não só de cada indivíduo, como também de empresas ou equipas.
Sempre atento às reais necessidades das pessoas e procurando ainda marcar a diferença no mercado, a determinada altura o Nuno quis ir mais longe e decidiu elevar o conceito inicial focado apenas num corpo esculpido e perfeito, para um outro mais complexo, centrado na conjugação entre os estados da mente, do emocional e do físico. Consequentemente, porque o logótipo deve ser a representação de uma marca, produto ou empresa, e porque o que possuía na altura se afastava da sua nova linha de atuação, o Nuno procurou-nos para tratarmos do rebranding do Sculptors.
Primeiro logótipo do Sculptors, desenhado por um artista local sob o conceito do esculpimento do corpo. |
A criação da nova imagem partiu de três palavras-chave. Três componentes base que não podem dissociar-se de modo a conseguirmos atingir o nosso verdadeiro bem-estar: mente, emocional e físico. Através destes, chegámos a três elementos gráficos representativos que faziam sentido dentro da área em questão e que, ao mesmo tempo, refletiam a dedicação da empresa perante os seus clientes, sendo um desses elementos habitualmente usado em equipamentos fitness e facilmente reconhecido pelos seus utilizadores. Elementos que, no imediato e ao primeiro olhar, não deixassem dúvidas conceptuais e comunicassem claramente a atividade do Sculptors, com diferentes significados quando isolados em si, mas criando ligações e pontos comuns entre eles quando associados. Mais fortes num componente que noutro, mas simultaneamente presentes, transportando-se de componente para componente.
A estas três formas associámos a inicial de Sculptors, que funcionaria não só como elemento aglutinador de todos os outros, como também ajudaria na representação do Yin e Yang. Apesar de comum a utilização das iniciais no design dos logótipos, a sua aplicação, neste caso, foi conceptualmente fundamental.
A escolha da letra recaiu sobre um tipo serifado, remetendo para a forma das extremidades dos halteres. De aspeto duro, forte e mecanizado, e que por se pretender mais moderno que clássico, ter-se-á optado pelo género de serifa quadrada que, para além de promover uma boa legibilidade, transmite uma sensação de força e segurança.
A nível cromático, seria fundamental a transmissão de dinamismo, força e energia, daí a associação entre as cores preta (poder, força, sofisticação, sobriedade, confiança, distinção) e laranja (luz, encorajamento, entusiasmo, dinamismo, sucesso, acolhedor), contrastantes entre si mas complementares em significado.
Como resultado final, temos uma imagem de alguma complexidade gráfica mas de aspeto claro e limpo, de leitura fácil mas não totalmente imediata.
O que sempre procuramos é aquele “Ahhh” de surpresa e de descoberta, onde o conceito é obrigatório, funcionando como gatilho para que cada projeto seja diferente do outro. Deste modo, sendo cada cliente distinto em si e possuindo características próprias, mesmo que a atividade seja comum a outra a imagem que o representa deve ser única e diferente. A sua verdadeira identidade. O reflexo da sua diferenciação dentro do mercado.
Em termos de conceito, o nosso, o d’Amarca, é o detalhe. O Santo Gral do nosso percurso, sinónimo do nosso brio profissional que pretendemos útil para o sucesso dos nossos clientes, que sendo singulares em si são únicos para nós. Todos eles fundamentais, todos eles representação de mais um tijolo na construção do nosso caminho, do nosso futuro. São eles que nos entusiasmam e nos fazem sempre querer dar mais e melhor. E porque para nós detalhe é sinónimo de amor, não nos é possível seguir caminho de outra forma que não seja #poramoràmarca.
E você, que conceito o define e move? Pense nisto e partilhe connosco…
Até breve!
Desde pequena que tive contacto com a área de desenho, não artístico mas técnico. Enquanto filha de pai topógrafo e desenhador civil, levava horas a olhá-lo a trabalhar no estirador, com régua T, esquadro, lapiseira e canetas Rotring. Num tempo em que não havia AutoCAD, em que cada traço lhe saía realmente dos dedos e um engano obrigava-o a agarrar numa lâmina para o limpar. Nas férias tornava-me sua ajudante. Escrevia requerimentos através de minutas, teclando vigorosamente na máquina de escrever, e marcava os traços nas plantas das alterações feitas em papel-ozalide. Várias cópias saídas da máquina e sublinhadas à mão com marcador conforme necessário: a vermelho as novas linhas, a amarelo as demolições. E assim, sentia-me útil e valorizada, e ainda ganhava algum dinheiro! Então, e porque desenhar era o que eu mais gostava de fazer, foi sempre muito claro para mim que área iria seguir quando chegasse ao ensino secundário. Foi por isso que, em 1990, entrei na Escola Poeta António Aleixo, no curso de Artes e Design.
Num tempo em que a internet e a informática eram ainda ficção científica para mim e para tantos outros, a informação de que eu dispunha não era muita, por isso, na minha cabeça, a profissão a seguir só podia ser arquitectura. Errado. No decorrer das aulas, descobri uma outra área, a do design. Design de mobiliário, equipamento, interiores, moda…. e gráfico. Disciplina relativamente nova que eu desconhecia, mas da qual aprendemos os grandes nomes. Todos homens. As mulheres pareciam existir apenas nos próprios projetos, como musas inspiradoras tanto na arte como no design. Estavam, e ainda estão, na publicidade que chega até nós, porque se diz que são elas que vendem. Vendem aos homens, às crianças e até às outras mulheres. Mostram-nos mulheres que todos queremos ter, ou que gostaríamos de ser… Mulher também era a minha professora de design na altura, Rosa Barracha. Lembro-me da história que nos contou de como ingressou em design na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, e da forma como me senti inspirada por ela. Mulher forte, determinada e excelente profissional. Então, houve aquele momento, aquele segundo em que se deu aquele clique, do qual ainda tenho memória e no qual decidi: vou seguir design.
Se é bem verdade que foi nos anos 90 que se deu o grande boom no design gráfico em Portugal, também é verdade que os grandes nomes continuavam a ser no masculino. O porquê? Talvez porque éramos ainda uma democracia jovem, não muito longe de um tempo onde à mulher estava reservado o papel de mãe e esposa, até porque, na verdade, as minhas turmas eram compostas muito mais por raparigas do que por rapazes, tanto no secundário como na universidade. Portanto, havia mulheres designers, não seria uma profissão exclusiva aos homens!
Ingressei então na Escola Superior de Artes e Design – ESAD (Matosinhos), num tempo também muito especial. Num tempo onde ainda usávamos estirador, caixas de luz, escantilhões, manuais de tipos de letra que fotocopiávamos e recortávamos, cola, fita-cola, lápis, canetas, aguarelas…. Um tempo no qual eu ainda não supunha que o meu futuro passaria mais pelo computador do que pelo papel, embora este último não deva nunca morrer. É nele que esboçamos os nossos projetos e que os sentimos em primeiro lugar. Aos poucos, um tempo foi dando lugar a outro. Os computadores pessoais tornaram-se mais acessíveis e foram entrando com maior facilidade em nossas casas, nas nossas escolas, mas considero muito importante aquele tempo em que não existiam. Aquele em que tínhamos de ser criativos até na forma como transpúnhamos a nossa ideia para o suporte final. Um tempo em que fazer e desfazer levava tempo, nos dava muitas dores de cabeça mas também muito prazer no resultado final, porque era mais um desafio ultrapassado. Onde ainda assim, a experimentação era tudo e o “dar trabalho” não existia. Onde arregaçar as mangas era natural. Tudo fazia parte e assim cresci.
Ser mulher nunca foi, para mim, um entrave. O meu trabalho sempre foi valorizado por si só, e, ser mulher só me ajudou a ser mais produtiva, afinal de contas, quem é que consegue fazer 3 coisas ao mesmo tempo?! Não somos nós, mulheres? Não somos nós que tanto gostamos de pensar, que reparamos em todos os detalhes, que antecipamos problemas de modo a evitá-los? Não somos nós as que sempre temos tempo? Basta acreditarmos nas nossas capacidades e querermos ser melhores que nós próprias todos os dias. Confesso, contudo, que me sinto uma privilegiada, porque o meu primeiro emprego, a agência que tanto me ensinou, era composta por três sócios-gerentes. Três homens que sempre me deram as mesmas oportunidades que aos meus colegas homens, que nunca deixaram de contratar por esse alguém ser mulher e que tão bem souberam respeitar-me na maternidade.
Hoje em dia, tenho outra grande mulher a meu lado, “a minha” Patrícia Cardoso. Somos uma equipa no feminino, que usa a cabeça para pensar mas que faz as escolhas com a ajuda do coração. Porque é assim que somos, dedicadas na vida e no trabalho, e porque só assim nos faz sentido. Acredito que, sermos mulheres, é uma das grandes forças da Amarca.
Vocês mulheres que estão aí do outro lado, que força acreditam ter pelo facto de serem mulheres? Aos homens, faço questão de outra forma, que força mais admiram nas mulheres que vos inspiraram ou inspiram?
Em 2020, as nossas atividades e o mercado em si sofreram profundas alterações a vários níveis, tendo mesmo alguns negócios sido obrigados a se reinventarem.
Um desses exemplos é o Centro Apoio Escolar EUREKA, em Portimão, o qual a sua responsável Teresa Chinopa viu o fechar portas, em virtude do confinamento ser transferido o ensino para um ambiente online!
As crianças e adolescentes continuaram a ter necessidade de acompanhamento, ou seja, o mercado continuou a existir havendo, no entanto, uma necessidade de adaptação do negócio.
Assim sendo, o CAE Eureka mudou o ensino para o online, mas a Teresa, não totalmente satisfeita, quis ir mais longe. Percebendo o potencial para o seu segmento, preparou o centro para que a prestação de serviços pudesse ser toda online.
A Teresa tinha agora outro problema, implementar a sua ideia e foi aí que contactou a amarca.
A ideia era simples, mas de execução complexa. Criar um sistema que permitisse a inscrição de alunos via online, sem deslocações ao centro, mais a programação de uma aplicação que permitisse a gestão do centro, alunos, professores e definição de horários, mas que fosse ao mesmo tempo uma plataforma de comunicação entre alunos / encarregados de educação de alunos, centralizando as vias de comunicação apenas num local.
Deitámos de imediato mãos ao projeto. O site foi o primeiro passo, tendo o Webdesign como base a utilização de cores alegres que estimulassem a criatividade, tais como o amarelo; fotos de crianças e pré-adolescentes em contexto escolar, procurando transmitir alegria em ambiente de aprendizagem. Porque na realidade aprender é tão bom, não é verdade?!
O design foi pensado para as plataformas mobile, smartphone e tablets, incluindo o formulário de inscrição numa página do site, para evitar deslocações desnecessárias ao centro. O resultado final pode ser visto em www.caeeureka.pt.
Com o primeiro desafio superado, demos início à idealização da aplicação e para isso chamámos a equipa de RAM para nos ajudar e orientar. A decisão recaiu sobre uma WebApp, visto servir as necessidades do cliente e ser menos dispendioso, mas que resolve as necessidades do cliente. Nesta aplicação, é possível gerir, alunos, professores, horários, estando os mesmos disponíveis na ponta dos dedos.
Além de gerar uma nova oportunidade de negócio, podendo dar explicações para todo o país, a Teresa aproveitou e aumentou os níveis de organização interna. E nós ficamos satisfeitos por podermos ajudar o CAE Eureka a reinventar o seu negócio em momentos tão complexos.
Sabemos o quanto este período foi exigente para a maioria das empresas, e gostaríamos de conhecer a vossa história de perceber como se reinventaram? E de como o avanço digital veio mudar as nossas vidas e os nossos negócios.
Obrigada & até já
A amarca nasce do sonho de duas mulheres, eu Patrícia Cardoso e Teresa Coelho, em ajudar o mundo a comunicar melhor através de Design cuidadosamente elaborado, pensado até aos mais pequenos detalhes.
Mas para que este sonho se tornasse realidade, ambas fizemos o nosso caminho até nos encontrarmos.
Eu, Patrícia, licenciei-me em economia, pela Universidade do Algarve, no ano de 2005, e curiosamente a disciplina de Marketing foi a que mais me cativou.
Após a faculdade, o meu primeiro trabalho, foi num escritório de contabilidade e bastaram 6 meses para perceber que não era aquilo que ia fazer o resto de minha vida. Em seguida comecei à procura por uma outra oportunidade, e consegui um estágio profissional como assistente do departamento financeiro, numa empresa de consultoria de Design, o Atelier do Sul. Foram anos de grande aprendizagem na área de gestão financeira, tesouraria entre outras, e em 2011, após ter tido o meu primeiro filho e em virtude da reestruturação, fui transferida para o departamento de orçamentação, onde adquiri competências ao nível da orçamentação e produção gráfica, e sinalética. Tive contacto direto com empresas gráficas de impressão digital, offset e grande formato, sinalética e equipa de produção. Contudo, a determinada altura, senti que tinha estagnado e que as probabilidades de evolução e crescimento eram escassas e voltei à procura de novo emprego.
E, mais uma vez me mudei, desta feita para uma gráfica em Albufeira, a Litográtis, onde adquiri conhecimentos sobre impressão em Digital e em offset, aprendi sobre formatos de papel, tipos de impressão e possibilidades de acabamentos.
Foi também na Litográfis que iniciei o meu percurso no BNI Business Networking Internacional, fui na altura o primeiro membro do BNI Desafio, num grupo de empresários que reunia às 6:45 da manhã. Para muitos uma loucura, para mim apesar de na altura ter sido difícil de gerir, posso dizer que aprendi muito, conheci pessoas excecionais e que não me arrependo nem um pouco do esforço realizado.
Passado um ano deixei o BNI e pouco tempo depois, já grávida do meu segundo filho mas sempre consciente do que não queria para a minha vida, mais uma vez me despedi.
Pouco tempo depois, comecei a prestar serviços para a Crochet, empresa de design de comunicação recém-criada em Portimão, e voltei ao BNI Desafio onde fui orgulhosamente presidente. Quatro anos depois, uma vez mais sem medos, cheguei à conclusão que tinha chegado ao fim deste caminho. E, mais uma vez, decidi sair e recomeçar.
Ao olhar para trás, percebo que ao longo dos anos fui construindo a minha marca pessoal e que pelo caminho fui-me desenhando. Construindo a pessoa que quero ser.
Passei por alguns dos melhores da região, procurando sempre deixar o meu cunho pessoal, esforço, dedicação, dinamismo, de uma pessoa focada em soluções e na resolução de problemas, com o propósito em ajudar o cliente mas também numa procura constante por crescimento pessoal e profissional...
Neste ponto da minha vida não sabia para onde ir, nem o que ia fazer!
Enquanto eu fazia o meu caminho a Teresa Coelho fazia o dela. Licenciou-se em Design de Comunicação na ESAD – Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos, tendo começado logo em seguida a sua carreira como designer freelancer ao mesmo tempo em que dava aulas de Educação Visual e Tecnológica numa escola em Albufeira. No entanto, procurava em simultâneo uma empresa onde pudesse trabalhar e adquirir um outro nível de experiência prática, o que veio a acontecer em 1998, ano em que começa a trabalhar na NC&G – Design, Fotografia e Publicidade. Aqui, aprofundou os seus conhecimentos e a sua paixão pelo design, trabalhando com pessoas que a marcaram e a ajudaram a moldar o seu carácter profissional. Este caminho termina em 2012, durante a crise imobiliária.
E porque apesar das dificuldades sempre procurou soluções, retomou a sua carreira como freelancer, construindo a sua própria carteira de clientes. Em paralelo, com o objetivo de adquirir mais competências, inicia na Universidade de Évora o mestrado em design gráfico, ao mesmo tempo em frequenta na ETIC um curso na área dos audiovisuais. Nesta altura, tira ainda o CCP de Formador.
Em 2013, foi convidada a lecionar a disciplina de Comunicação Gráfica e Audiovisual na EPGE – Escola Profissional Gil Eanes, onde permanece até 2017, nunca parando a sua carreira de freelancer. Nesta escola, constrói uma amizade com a sua aluna Roxana Osman, fundamental no aparecimento d’Amarca. Considerando-a uma aluna muito acima da média, a Teresa consegue-lhe um estágio na empresa onde na altura eu trabalhava.
Já em 2017, numa viagem a Lisboa em visita a um cliente, a Teresa encontra-se com a Roxana. Enquanto conversam fala-lhe na sua vontade de se dedicar a 100% ao design gráfico e de precisar de uma pessoa que a ajudasse a levar a sua atividade para um outro patamar e realizar o seu sonho de ter uma empresa que fosse diferente das demais e que se destacasse pelo detalhe e pelo amor ao design. A Roxana responde-lhe que conhece a pessoa ideal, altamente competente e séria na sua área e que também estaria à procura de algo novo a nível profissional. Ora, essa pessoa era eu.
E foi assim, que nesse mesmo dia, a Teresa me contactou.
Poderíamos dizer que era um “match made in heaven”, mas não foi assim tão fácil. Eu questionava o meu futuro, não sabia bem quais seriam os próximos passos na minha vida e aparece-me a Teresa... Aqui começou o nosso “namoro”. Apelidei-a de "Pica-miolos", por me questionar várias vezes se já tinha decidido o que fazer da vida :). A realidade é que ela tinha razão, faria sentido jogar fora a minha experiência? E ainda por cima tinha gosto e prazer na minha profissão…
Aos poucos a nossa afinidade foi crescendo, assim como o reconhecimento de clientes e amigos que faziam força para que eu continuasse o meu percurso dentro desta área. Por outro lado, identifiquei-me de imediato com o seu design. Todos os fatores somados ajudaram-me a decidir, a ter a confiança necessária para avançar. E assim, juntamente com a Teresa, unindo a nossa paixão pelo design e a nossa vontade em fazer diferente e melhor, pelo nosso amor à marca, sonhámos e fizemos nascer a Amarca.
E foi assim que tudo começou.
Um dos primeiros passos foi voltar ao BNI, desta feita ao Sinergia em Vilamoura. Arrendámos um escritório em Portimão, mobilámos o espaço e começámos a escrever em conjunto uma nova página das nossas vidas.
Se analisarmos bem, a Amarca é a união de duas Identidades, duas marcas pessoais que se desenvolveram e cresceram ao longo dos anos. Tanto eu como a Teresa, não deixámos que as circunstâncias nos definissem, continuámos a lutar pelos nossos caminhos e esta é a nossa marca pessoal, que também define a Amarca.
E vocês já pensaram no que é que vos define? Quais são os vossos valores?
Os nossos valores refletem-se nos valores das nossas empresas, e consequentemente naquilo que contribuímos para as empresas dos nossos clientes e para o mundo.
Qual é a vossa marca? O que é que deixam por onde passam?